O livro de Hiroshima
Minha intenção com este post não é a de acirrar o tão comum e patético antiamericanismo que hoje se vê em toda parte, mas apenas indicar o que julgo ser um bom livro e, por tabela, quebrar o gelo de mais de um mês sem atualizar o blog.
Hiroshima
John Hersey
Ed. Companhia das Letras
Tradução de Hildegard Fiest
176 páginas
R$ 34,00
Em 6 de agosto de 1945 uma bomba atômica destruiu a cidade de Hiroshima, e o mundo viu a imagem e se admirou do cogumelo branco que se ergueu sobre a ilhota japonesa; mas foi só. O sangue que escorria “da cabeça, do peito e das costas” dos soldados, a multidão de moribundos e mutilados cambaleando em direção ao hospital destruído, e a pele que se desprendia da mão como se fosse luva ninguém viu.
John Hersey, experiente jornalista americano ganhador do prêmio Pulitzer, foi o repórter que cobriu esta monstruosa pauta e revelou ao mundo o caos apocalíptico instaurado naquela parte do Japão. Hersey colheu relatos tempos depois da explosão e, no ano seguinte, em 31 de agosto de 1946, publicou no The New Yorker o que é hoje reconhecida como a mais importante reportagem do século XX, Hiroshima.
Hiroshima é um relato vívido do poder estupidamente aniquilador das armas atômicas; e, invertendo o clichê, foi pelas palavras de Hersey, mais do que por mil imagens, que o mundo conheceu a dor dos que viram o clarão atômico como um gigantesco flash a alguns poucos quilômetros de distância e não tiveram tempo de dar sequer um passo, sendo elevados no ar e espatifados contra as paredes.
Na leitura de Hiroshima retornamos ao primeiro momento da era atômica e vemos um ser humano imprensado por livros numa fundição de estanho, e ao mesmo tempo somos imprensados pelo livro que lemos aonde quer que estejamos. Nos sensibilizamos das crianças mudas telepáticas, como pediu Vinícius ...nos sensibilizamos da estupidez humana.
Passando ao largo da discussão política que ocasionou a explosão, Hersey buscou as estatísticas que dessem a proporção real do fato; bem como os relatos das autoridades e as comunicações militares. Mais, acima de tudo, sua narrativa é construído sob a perspectiva de seis sobreviventes, sua preocupação é antes de qualquer coisa com o humano. Essas seis diferentes óticas, esses seis perfis de vidas destruídas, ao mesmo tempo em que conferem maior objetividade ao relato, servem para nos dar a noção da monstruosidade inteira do evento.
Sem dúvida, Hiroshima está entre aquele número de obras da literatura do mundo que não serão esquecidas; com maestria literária Hersey provoca em seu leitor as reflexões mais íntimas sobre aquilo que ele próprio, de forma clara, meticulosa e serena, nos mostrou ser um dos mais trágicos episódios da história humana.
John Hersey, experiente jornalista americano ganhador do prêmio Pulitzer, foi o repórter que cobriu esta monstruosa pauta e revelou ao mundo o caos apocalíptico instaurado naquela parte do Japão. Hersey colheu relatos tempos depois da explosão e, no ano seguinte, em 31 de agosto de 1946, publicou no The New Yorker o que é hoje reconhecida como a mais importante reportagem do século XX, Hiroshima.
Hiroshima é um relato vívido do poder estupidamente aniquilador das armas atômicas; e, invertendo o clichê, foi pelas palavras de Hersey, mais do que por mil imagens, que o mundo conheceu a dor dos que viram o clarão atômico como um gigantesco flash a alguns poucos quilômetros de distância e não tiveram tempo de dar sequer um passo, sendo elevados no ar e espatifados contra as paredes.
Na leitura de Hiroshima retornamos ao primeiro momento da era atômica e vemos um ser humano imprensado por livros numa fundição de estanho, e ao mesmo tempo somos imprensados pelo livro que lemos aonde quer que estejamos. Nos sensibilizamos das crianças mudas telepáticas, como pediu Vinícius ...nos sensibilizamos da estupidez humana.
Passando ao largo da discussão política que ocasionou a explosão, Hersey buscou as estatísticas que dessem a proporção real do fato; bem como os relatos das autoridades e as comunicações militares. Mais, acima de tudo, sua narrativa é construído sob a perspectiva de seis sobreviventes, sua preocupação é antes de qualquer coisa com o humano. Essas seis diferentes óticas, esses seis perfis de vidas destruídas, ao mesmo tempo em que conferem maior objetividade ao relato, servem para nos dar a noção da monstruosidade inteira do evento.
Sem dúvida, Hiroshima está entre aquele número de obras da literatura do mundo que não serão esquecidas; com maestria literária Hersey provoca em seu leitor as reflexões mais íntimas sobre aquilo que ele próprio, de forma clara, meticulosa e serena, nos mostrou ser um dos mais trágicos episódios da história humana.
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