por Nildo Ferreira
A coisa anda tão mal na política estudantil da UEPB - como de resto em todo o País - que se faz necessário ser infiel à Gramática para ser fiel à realidade. Isso porque não dá mesmo para desejar o tradicional “que vença o melhor” nas eleições do dia 18 de maio, pois tal expressão pode denotar uma perspectiva de qualidade inaplicável ao panorama do momento, onde o nivelamento se dá por baixo. Assim, votar nessas eleições não será caso de buscar quem tenha mais qualidades, mas menos defeitos.
Afirma a tradição popular que político é tudo igual. Talvez haja um pouco de exagero nisso. Mas só um pouquinho. Todavia, no caso de nossa política acadêmica, há mesmo uma questão de homogeneidade tão aguda, que mais parece um fenômeno de superprodução de gêmeos univitelinos. E quase todos filhos da ideologia esquerdista radical, fundamentalista, pra não dizer xiita mesmo, que se pauta pelo sistema do “cacete pra todo lado”, que consiste em nada mais que criticar, criticar e criticar, sem, contudo, apresentar quaisquer soluções viáveis e coerentes. Isso porque as raras propostas que apresentam, geralmente, não vão além de invencionices mirabolantes e estúpidas.
A campanha atual para nosso DCE tem demonstrado isso. Às vésperas das eleições, pouco se sabe sobre as chapas concorrentes, que até agora têm estado mais preocupadas com a produção de camisetas, folderes e outros mecanismos de publicidade, que com a exposição de idéias e o debate de projetos. Mas, do pouco que temos visto, inclusive esses tais materiais publicitários, tudo igual: discursos burros, unilaterais, permeados de clichês insuportáveis e lemas que mais parecem ter sido extraídos dos manuais do MST, PC do B ou PSTU (quem não se lembra do “Contra burguês, vote 16”, da campanha presidencial de 2002?).
Um outro ponto preocupante é o que se refere aos interesses dos que estão entrando na política estudantil. Os exemplos demonstram que muitos querem fazer do DCE apenas um trampolim para atingir seus objetivos particulares, muitas vezes não dando a mínima importância para o que tenham que fazer para tanto. Há também aqueles que se envolvem apenas para agradar um amigo ou uma paixão e, vencidas as eleições, sem a menor vocação para o negócio, acabam pulando fora do barco. E isso apenas para citar alguns exemplos, até porque para essas coisas de irresponsabilidade o povo é bastante criativo!
Pois bem, dia 18, uns poucos gatos pingados vão às urnas eletrônicas escolher uma chapa, que assumirá o DCE e irá reiniciar o ciclo típico de nossas gestões: nascer, não crescer, não reproduzir e morrer. Infelizmente, enquanto nossa ideologia política for tão falta de maturidade e tão farta de ignorância, infantilidade e más intenções, vai ser o caso de torcermos para que, dos males, o menor.