Páginas Esquecidas
Há alguns dias estive com minha colega Paula Theotonio na casa de Eneida Agra, em busca de material para uma matéria sobre o seu marido, o cronista Robério Maracajá (1929-2000). A matéria veio à luz, mas a revista onde seria publicada, por contra-tempos e questões técnicas, foi abortada...
Bem, embora reclamasse de dor de cabeça, Eneida nos recebeu de forma muito agradável. Na conversa que durou uma hora e meia, contou como Robério vivia e escrevia, e num timbre que misturava orgulho e saudade, leu alguns trechos das crônicas que ia puxando dos envelopes.
Eneida guarda pilhas com pacotes das crônicas de Robério. Milhares delas, creio. Diz não saber o que fazer de tudo aquilo -- na hora penso que achei um bom tema para minha monografia. Em meio aos montes com recortes de jornal, e algumas folhas inéditas, está espalhado o romance que ele não concluiu e o livro de crônicas que nunca chegou a publicar.
Depois de perguntar de quem éramos filhos, anotar nosso endereço, e pedir nossa assinatura num canto de página, ela nos emprestou 75 crônicas, algumas fotos, uma entrevista, o discurso que Robério proferiu na Academia Campinense de Letras, e mais duas palestras.
Com o maior cuidado, fui no dia seguinte devolver o material. As crônicas de Robério -- ao menos as que pude ler, e amanhã devo postar uma delas aqui --, são extremamente bem escritas, e possuem um valor que as faz resistir ao tempo, à data de impressão do jornal. Ao invés de amarelarem nos envelopes, mereciam era uma boa edição em livro.
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