segunda-feira, dezembro 25, 2006

Bodas de Prata
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Anteontem meus pais completaram 25 anos de casados. Sei quecasais que chegaram muito mais longe, com 50, 70 anos, etc; mas também sei que hoje em dia a maioria dos casamentos não costuma durar mais do que alguns poucos anos. Esse tempo todo que os meus dois velhinhos têm passado juntos, apesar de todas as dificuldades, mecerto orgulho, e espero que o Deus que os uniu os preserve sempre assim.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Sobre ser Romântico

Se uma mulher me pedir:
-- Quero que subas até ao 10º andar pelas escadas e de lá do alto quero que grites que me amas; se uma mulher me pedir isto, é claro que eu não vou subir a lado nenhum, nem gritar nada -- que não sou de gritos -- mas de certeza que lhe vou dar um beijo.
Elas não resistem a isto.

Ser romântico é dar beijos em qualquer situação.
Elas pedem-nos uma outra coisa e nós zau: um beijo.

Elas choram e nós zau: 1 beijo.
Riem à gargalhada e nós, zica: 1 beijo.
É assim:
beijos, beijos, beijos.

Sou romântico, mas não sou palerma.
Subir de escadas até ao 10º andar por causa de uma mulher?
Nem pensar.


(TAVARES, Gonçalo. O homem ou é tonto ou é mulher. p.71-72. Casa da Palavra, 2005.)

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Mudando...

Pela terceira vez em três anos, estou mudando de residência. Como um relacionamento que termina e cada parte se fecha em seu mundo para reconstruir-se, os objetos se recolhem às caixas para depois reaparecem no seu lugar devido: os livros, as roupas, as panelas, os móveis --- a vida empacotada, suspensa, à espera de um lugar novo, um novo espaço em que se acomode.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Nota de Leitura -- O Senhor Brecht

Na série O bairro, o português Gonçalo Tavares cria personagens inspirados em escritores famosos: O Senhor Valéry, O Senhor Henri, O Senhor Juarroz, O Senhor Calvino, O Senhor Kraus, e O Senhor Walser são todos vizinhos num bairro imaginário que terá, quando acabado, mais de trinta senhores, sendo o próximo da lista O Senhor Eliot; além, é claro, d'O Senhor Brecht, o primeiro da série a ser publicado no Brasil (Casa da Palavra, 2005).

O Senhor Brecht me chegou hoje de manhã pelo correio. São 72 páginas que se lêem em 15 ou 20 minutos; 50 micro-estórias — algumas realmente micro, de apenas duas linhas
—, a maioria delas absurda, e todas uma espécie de parábola ou fábula da condição humana, tratando de problemas universalmente reconhecíveis como a insatisfação, a guerra, a subserviência, a estupidez individual e coletiva, etc. Aí vão três delas:
____Interrupção
Um homem muito velho, quase cego, sem memória, que tremia e mal conseguia andar, tropeçou e caiu com o coração em cheio sobre a lâmina de uma faca.
___Antes de morrer ainda conseguiu dizer: “logo agora que”.

___O amigo
Era um rapaz passivo. Aceitava tudo o que vinha dos chefes. Porém, como era bajulador, incomodava. Cortaram-lhe a língua: deixou de elogiar. Depois cortaram-lhe os dedos. Deixou de escrever textos laudatórios. Foi num desses dias que, com a cabeça a bater numa mesa — em código morse — ele disse, para os seus chefes:
___— Mais uma como esta e perdem um amigo.

___Diamantes
Em vez de uvas os cachos do reino deixavam cair sobre a terra diamantes.
___
— Diamantes, diamantes, diamantes! Há anos que é só isto — queixava-se o produtor.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Novos Links

Estreou hoje o True Outspeak [Sinceridade de Fato], talk show do Olavo de Carvalho. Toda segunda, a partir das 20h, Olavo irá comentar os assuntos da semana que passou e responder a perguntas ao vivo.
Aí vai um trechinho do que saiu hoje sobre o marquês de Sader:

"Esse Emir Sader é uma nota de 32 reais, vocês não perceberam ainda? ...o sujeito é um catedrático, chefe de departamento, que escreve Getúlio com 'lh': 'Getulho' que nem 'entulho'; é claro que esse homem tem merda na cabeça! Isto é de uma incompetência absolutamente fulgurante, é uma vergonha esse homem ser um catedrático de qualquer coisa, ele não pode ensinar numa escola primária. Eu já demonstrei mil vezes que esse homem é um semi-analfabeto..."

sábado, dezembro 02, 2006

Nosso Telejornal

Eis o trabalho final da turma 2004.1 para a disciplina de Águeda. Depois de tantos fiascos consecutivos, é a nossa primeira iniciativa conjunta que prospera: um telejornal como qualquer outro, com muito sangue, protestos indignados, briga entre vizinhos, e morte --- a chamada é pra despertar a curiosidade dos telespectadores! Lá pelos sete minutos aparece a matéria produzida por minha equipe sobre o desrespeito às faixas de trânsito. Tudo meio artesanal, verdade, mas muito válido como primeira experiência: