A Biografia de Whitefield
A vida de David Brainerd, Os Primeiros Anos de Charles H. Spurgeon, O Diário de Whitefield – enfim, “leia as biografias de grandes santos”, é o que aconselha Joel Beeke. Pude perceber a eficácia deste conselho pelos reflexos que a biografia de A. W. Pink têm causado em um amigo. O sujeito se encontra, por assim dizer, transtornado em razão do exemplo poderoso de piedade e erudição que foi a vida de Pink.
Incitado a também acatar o conselho, prossegui na leitura d’As Confissões de Agostinho e depois passei ao livro recentemente publicado pela PES: George Whitefield: Evangelista do Avivamento do Século 18, de Arnold A. Dallimore. Nada me tem sido mais reconfortante ultimamente do que ler, perplexo, aquilo que Deus fez no passado por meio de Whitefield.
Embora nunca tenha pretendido de si mesmo ser coisa alguma, e talvez justo por isso, Whitefield foi usado por Deus de uma forma que hoje sua história até nos parece lenda: Que pregador teve 80.000 pessoas reunidas ao ar livre, permanecendo em obsequioso silêncio por mais de uma hora, somente ouvindo-o falar das boas novas de salvação? Quando digo silêncio, excetue-se o choro...
Ele não prometia tocar para eles um rock ou entretê-los com amenidades: ele pregava aquilo que apreciava chamar de “doutrinas da graça”. E essas doutrinas, que eram o conteúdo de sua pregação, eram ao mesmo tempo aquilo que lhe impulsionava a pregar: “As doutrinas da nossa eleição e da justificação gratuita em Cristo Jesus... enchem minha alma de um santo fogo e me dão grande confiança em Deus meu salvador.”
Mas, se por um lado a leitura de sua história traz conforto, ela também chicoteia a consciência por ver o dedicado amor deste servo pelas almas perdidas, o seu incansável zelo por tudo aquilo que dizia respeito à promoção do Reino de Deus na terra... de modo que embora eu ainda planeje levar adiante o conselho do Pr. Joel Beeke, sei que dificilmente irei achar exemplo que me ponha mais envergonhado de mim mesmo que o do crente Whitefield.